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06
03
2019

O exercício físico e a gravidez: Sim ou não?

A gravidez é uma condição singular que induz no corpo da mulher diversas alterações morfológicas e fisiológicas. Como tal, alguns cuidados devem ser tomados para que o período de gestação decorra sem complicações.

No que respeita ao exercício físico na gravidez, a sua prática é ainda negligenciada por grande parte da população. Na sociedade atual, existem ainda ideias infundadas de que o treino pode prejudicar o desenvolvimento do feto. No entanto, a evidência científica recente diz-nos que, se não existir nenhuma contraindicação médica, a prática de exercício físico é segura e recomendada. Entre alguns dos benefícios mencionados na literatura em relação a grávidas fisicamente ativas, encontram-se a redução da incidência de diabetes gestacional, a menor taxa de aborto espontâneo, menor incidência de lombalgia, diminuição do risco de parto prematuro e um maior bem estar psicológico.

Clinicamente, mesmo sendo uma gravidez apta para a prática de exercício, tanto o profissional de exercício, como a grávida, devem ter atenção a sintomas de risco que devem ser motivo para a cessação imediata do treino e, consequente, contacto médico para avaliação do estado de saúde do feto e da grávida.

Tabela 1. Sintomas / sinais para cessação imediata de exercício
Hemorragia vaginal Fraqueza muscular
Dispneia Dor ou inchaço no “gémeo” da perna
Dor no peito Diminuição do movimento do feto
Dor de cabeça ou tonturas Perda líquido amniótico

Naturalmente que durante todo o processo de gravidez, a mulher deve ter consciência de que a saúde do bebé se sobrepõe a qualquer outro objetivo, não sendo esperadas melhorias na sua aptidão física. O treino deve, portanto, incidir sobre pontos essenciais que ajudam a tornar a gravidez mais segura e tranquila, como evitar o excesso de peso, reduzir o risco de diabetes gestacional, melhorar postura, prevenir a dor lombar e reduzir as perdas na capacidade cardiorrespiratória e força muscular.

O treino para promover o bem estar físico da grávida deve ter em consideração 3 pontos chave: salvaguardar o trauma fetal, evitar a hipertermia e manter o fluxo sanguíneo no útero.

Naturalmente que, nesta fase, os exercícios de alto impacto devem ser proibidos, de forma prevenir qualquer trauma no feto. Além disso, movimentos que exijam uma grande capacidade de equilíbrio devem ser muito cuidadosamente realizados.

A hipertermia, apesar de ainda não bem suportada cientificamente, pode ter um efeito negativo no desenvolvimento do feto. Portanto, a grávida deve realizar exercício com roupa cómoda, fresca, num ambiente arejado e com uma intensidade de treino moderada que a permita manter uma temperatura corporal que lhe seja confortável. Sessões de treino de 30 minutos 3 ou mais vezes por semana (força, aeróbio e flexibilidade) devem ser encorajadas, com blocos de exercícios curtos e tempos de descanso longos entre exercícios.

No que respeita ao fluxo sanguíneo, a manobra de valsalva (expiração forçada sem libertação de ar) deve ser proibida sob o risco de aumento da pressão arterial e frequência cardíaca da grávida, o que pode levar à redução do fluxo sanguíneo no útero e feto. No segundo e terceiro trimestres, a posição supinada (deitada, de barriga para cima) deve ser evitada, sob o risco de impedir o retorno sanguíneo por compressão das veias pelo feto.

Além dos fatores anteriormente mencionados, o “ambiente” hormonal também influencia a capacidade de realizar exercício. A relaxina, hormona libertada pela mulher com vista à preparação do parto, aumenta a laxidez articular da grávida, tornando-se necessário evitar movimentos bruscos e cargas elevadas.

É importante ainda realçar que o 1º trimestre é o período mais crítico já que, apesar das alterações físicas na mulher serem reduzidas, é a altura onde mais alterações fisiológicas o feto sofre.

Em conclusão, o exercício físico durante a gravidez é benéfico e seguro, quer para a grávida, como para o bebé. No entanto, é essencial que seja feito de uma forma responsável e adequada para as necessidades desta fase da vida junto de profissionais habilitados.

 

Autor Tiago Granja

autor: Luisa Silva

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