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08
01
2019

O Cancro e o Exercício Físico

Cancro

Contextualização e definição

O cancro é visto como uma das principais causas de morte em todo o mundo. Dados epidemiológicos de 2018, revelam que aproximadamente 9,6 milhões de pessoas morreram vítima da doença, sendo o cancro do pulmão, fígado, estômago e intestino os mais comuns. Em Portugal, dados de 2016 referem que o cancro causou a morte a cerca 2800 pessoas.

Esta doença é definida por um crescimento desregulado de células mutadas com capacidade de invadir os tecidos orgânicos circundantes. Estruturalmente, o sistema imunológico do organismo humano tem a responsabilidade de controlar a proliferação celular. No entanto, em alguns casos, este sistema de defesa não tem a capacidade de travar a célula mutante, deixando-a assim disponível para entrar na corrente sanguínea e replicar-se desordenadamente por todo o corpo. O surgimento de massas celulares anormais nos diferentes sistemas orgânicos poderá levar ao comprometimento da funcionalidade dos mesmos.

Fig.1: A proliferação cancerígena.

 

O Cancro e o Exercício Físico

O exercício físico vem sendo associado como forma de prevenção e controlo da doença. A sua realização é considerada segura antes ou após do tratamento desde que tomadas precauções.

As recomendações para de atividade física são semelhantes aos indivíduos saudáveis, centram-se nos 150 minutos de treino aeróbio (ao qual habitualmente chamamos de treino cardiovascular) moderado ou 75 minutos vigorosos por semana. O treino de força deve igualmente ser realizado 2 a 3 vezes por semana (grandes grupos musculares). No entanto, importa realçar que toda a prescrição deve ser individualizada considerando as capacidades de cada um, doenças associadas e a resposta ao tratamento médico. Atender também que a frequente alteração na terapêutica destes doentes leva a uma grande variação na resposta ao exercício tornando indispensável o diálogo entre a equipa médica responsável e o profissional de exercício.

Em relação ao exercício e ao tipo de cancro, não existe ainda grande evidência que nos indique um guião claro de recomendação. De modo geral, o treino cardiovascular, o treino de força e a flexibilidade oferecem benefícios no que respeita à melhoria da qualidade de vida e capacidade para realização das suas tarefas diárias. Nestes doentes, tem sido também demonstrado que o exercício pode intervir na redução da fadiga, stress, ansiedade e melhoria da autoestima.

O exercício tem também um papel de relevo na manutenção de um peso saudável já que 1/3 das mortes por cancro estão relacionadas com o sedentarismo e dieta.

 

O exercício e algumas considerações nos diferentes tipos de cancro

  • O cancro da mama oferece algumas limitações a nível de exercícios no tronco, membros superiores e por vezes alguns exercícios de membros inferiores. Muitas vezes a reconstrução do peito é realizada com excertos da zona abdominal o que leva à limitação de alguns exercícios neste grupo muscular. O linfedema (acumulação de líquido linfático) é uma das complicações ao tratamento do cancro na mama pelo inchaço que induz. Doentes com este problema poderá ser-lhes recomendado o uso de equipamento de compressão durante o exercício.

 

  • No cancro da próstata, o reforço muscular de exercícios para o soalho pélvico (músculos principais envolvendo os orifícios pélvicos) é indicado devido à incontinência urinária causada pela terapêutica.

 

  • O cancro do colon (intestino grosso) é recomendado uma atenção especial aos exercícios de elevada pressão intramuscular sobre o risco de herniação (principalmente aos indivíduos ostomizados).

 

  • No cancro ginecológico o inchaço na zona da virilha, abdómen e extremidade inferiores deve ser controlado. Nestes doentes, o risco de fratura é elevado devido à terapêutica utilizada que tem um efeito negativo sobre o tecido ósseo. É importante assim evitar os exercícios de alto impacto.

 

  • Alguns tratamentos como radioterapia e quimioterapia levam a quebras na resposta do sistema imunitário, aumentando o risco de possíveis infeções. Portanto, é necessário um cuidado especial com a utilização de alguns materiais públicos, principalmente nos ginásios.

 

Tiago Granja

autor: Luisa Silva

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