Será que o sono afeta a nossa alimentação?
A 15 de março celebra-se o Dia Mundial do Sono. Mas terá o sono implicação na nossa alimentação?
O ritmo de vida que a sociedade assume atualmente, caracterizado pelo stress, sedentarismo e falta de tempo, leva a uma desregulação do sono e da sua qualidade.
O período de sono é responsável por diversas funções como a renovação, reparação e crescimento de tecidos e órgãos e a regulação hormonal, que são fundamentais para o equilíbrio do organismo.
Assim, são vários os estudos que relacionam o curto tempo de sono (<6h diárias) com um impacto negativo na saúde. O aumento do índice de massa corporal e uma maior incidência de doenças crónicas não transmissíveis como diabetes, dislipidemia e hipertensão, são alguns dos efeitos negativos.
O distúrbio do sono pode afetar negativamente o equilíbrio das hormonas que regulam o apetite (grelina) e a saciedade (leptina), ou seja, leva a um aumento do apetite e uma diminuição da saciedade. Consequentemente, isto reflete-se num aumento da ingestão alimentar diária e aumento de peso.
Podemos, ainda, adicionar aos efeitos negativos um aumento da tendência para escolhas alimentares mais desequilibradas, com aumento do desejo/consumo de alimentos hipercalóricos, ricos em açúcar, gordura e sal.
Na atividade física também pode ter consequências negativas, devido ao cansaço que leva a uma diminuição da intensidade/ frequência da mesma.
E a alimentação também pode, por sua vez, afetar a qualidade de sono com o consumo de alimentos estimulantes (como os ricos em cafeína) e refeições com valor energético elevado e ricas em gordura antes de deitar.
Os 3 pontos essenciais – sono, alimentação, atividade física – saem afetados de forma negativa.
Profissionais com horários rotativos, por turnos e noturnos são os que sofrem mais com estas alterações. A exigência para manter uma alimentação equilibrada, uma atividade física regular e horas de sono adequadas é superior nestes casos.
Assim, uma boa higiene do sono é essencial p para o bom funcionamento do organismo, ingestão energética diária e a sua repercussão no peso.
Inês José Santos