Tenho COVID – e agora?

A infeção por COVID-19 pode gerar algumas alterações menos desejáveis nos hábitos alimentares, quer pelo facto de estar em isolamento, quer pela presença de sintomas. Sendo assim, reforçamos a importância das seguintes recomendações neste período que vivenciamos, de acordo com o manual de alimentação e hidratação em doentes COVID em autocuidados da Direção-Geral da Saúde:

Recomendações gerais:

– Adotar uma alimentação completa, variada e equilibrada, seguindo os princípios da Roda dos Alimentos;
– Ingerir hortícolas sempre ao almoço e jantar e incluir 3 peças de fruta ao longo do dia;
– Manter uma boa hidratação, bebendo água ao longo do dia;
– Assegurar uma ingestão adequada de alimentos que são boas fontes de proteína (como a carne, peixe, ovos, leguminosas e lacticínios);
– Manter a rotina das refeições diárias, evitando que este período passado em casa leve a um aumento considerável da ingestão de produtos com excesso de açúcar, gordura saturada e sal;
– Aproveitar para incluir mais frequentemente alimentos importantes e que possa não consumir habitualmente, como as leguminosas e os frutos oleaginosos;
– Mesmo que não esteja com fome ou sede, é importante continuar a alimentar-se bem.

Se verificar falta de apetite:

– Fazer refeições de menor volume e mais frequentes (por exemplo, tentar comer a cada 3 horas mesmo que em pouca quantidade);
– Prepare as refeições em maior quantidade, para no caso de se sentir cansado não ter de cozinhar novamente;
– Planeie lanches ricos em energia, mas equilibrados do ponto de vista nutricional, e procure incluir uma fonte de proteína em cada um deles;
– Evite beber água às refeições e considere optar por sopas enriquecidas (com carne, peixe, leguminosas) e até mesmo batidos numa maior falta de apetite, de forma a ingerir mais calorias numa menor quantidade de alimento;
– Manter um consumo adequado de fruta e hortícolas como fontes de vários nutrientes e reforçar a hidratação, bebendo água com frequência.

Se tiver alterações do olfato e paladar:

– Se sentir a comida com sabor metálico, optar por utensílios de plástico nesta fase;
– Apostar nas ervas aromáticas e especiarias para estimular o paladar;
– Pode saber melhor optar por alimentos frios ou à temperatura ambiente;
– Evitar alimentos doces.

Se tiver tosse:

– Optar por alimentos mornos, evitando alimentos muito quentes ou muito frios;
– Evitar comer inclinado, comendo na posição vertical;
– Preferir alimentos macios e húmidos para reduzir a irritação na garganta;
– Evitar usar palhinhas, o que pode também causar tosse.

Se tiver sintomas gastrointestinais:

– Reforçar a hidratação (além da água/chá/infusões, pode ser útil recorrer a soluções de reidratação oral);
– Em caso de diarreia, evitar alimentos condimentados, alimentos ricos em gordura, bebidas com gás, cafeína, álcool e ainda alimentos com lactose ou que lhe possam provocar flatulência, como certas leguminosas.

Bárbara Teixeira