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06
11
2018

A Diabetes Mellitus

A diabetes mellitus surge como um dos principais problemas de saúde pública a nível mundial. Dados epidemiológicos de 2015, referem que cerca de 415 milhões de pessoas sofrem com a doença. Em Portugal, estima-se que mais de 1 milhão da população entre os 20 e 79 anos apresenta a condição.

A diabetes mellitus carateriza-se por concentrações de glicose anormalmente elevadas no sangue (hiperglicemia). Esta pode dividir-se entre diabetes tipo 1 e tipo 2.

A diabetes tipo 1 carateriza-se por uma deficiência total de secreção de insulina causada por um processo autoimune, que ataca as células beta do pâncreas, resultando na sua destruição das células e um cessar de libertação de insulina.

A diabetes tipo 2 resulta não só de uma inadequada secreção de insulina por parte das células beta do pâncreas bem como de uma resistência das próprias células do corpo ao efeito da mesma. Esta é uma doença que tende a permanecer silenciosa vários anos, pois desenvolve-se de forma progressiva e os sintomas habituais podem não ser relevantes. Torna-se assim importante estar atento, realizando análises sanguíneas regulares.

Possíveis sintomas de diabetes:

  • Sede anormal e secura de boca
  • Micção frequente
  • Cansaço/falta de energia
  • Fome constante
  • Perda de peso súbita
  • Feridas de cura lenta
  • Infeções recorrentes
  • Visão turva
Valores referência Glicose plasmática em jejum (mínimo 8h)
Normal Inferior a 100mg/dl
Pré-Diabetes 100mg/dl -125mg/dl
Diabetes Superior ou igual a 126mg/dl

 

Além de aumentar a resistência à insulina, a continua exposição ao açúcar contribui para o excesso de peso e obesidade, dois dos principais fatores para a ocorrência de diabetes tipo 2.

Aqui entra o papel do exercício físico que é fundamental na prevenção de doenças de forma não farmacológica como a obesidade e a diabetes. A prática de exercício físico induz um aumento da sensibilidade à insulina, aumento da captação da glicose, atenua o aparecimento de complicações crónicas (como a neuropatia, retinopatia, nefropatia…) e possibilita o controlo de peso.

Durante a prática de exercício físico, níveis de glicose plasmática entre 80-250mg/dl são habitualmente aceites. No entanto, sujeitos com valores superiores a 250mg/dl podem continuar a atividade desde que se sintam bem e estejam hidratados. Caso a glicemia for superior a 250mg/dl e com presença de cetonas (composto utilizado pelo metabolismo dos lípidos para obter energia) no sangue ou urina, a prática de exercício é contraindicada (ocorre habitualmente em diabéticos tipo 1).

Após o exercício físico, o risco de hipoglicemia (inferior a 70mg/dl) em diabéticos controlados é reduzido. No entanto, devem ter alguns cuidados, pois o risco hipoglicémico é maior (devido ao consumo de glicose durante o exercício). Diabéticos não controlados não devem realizar exercício físico sozinhos e em locais de difícil acesso, pelo maior risco de crises hipoglicémicas. O controlo dos níveis sanguíneos com o glicosímetro é aconselhável em alguns casos antes, durante (15 em 15 min), depois do exercício e mesmo nas horas seguintes (4 a 5h seguintes), principalmente em diabéticos não controlados. No caso de episódio hipoglicémico, o exercício físico deve ser proibido durante 24h, de forma a evitar nova ocorrência.

Possíveis sintomas de hipoglicemia:

  • Tremores
  • Fraqueza
  • Transpiração excessiva
  • Ansiedade
  • Confusão
  • Perturbações na visão
  • Dores de cabeça

Quanto à ingestão alimentar e o exercício, existem recomendações claras para doentes medicados. É recomendado para valores inferiores a 100mg/dl antes da prática de exercício a ingestão de 15-20g de hidratos de carbono. Durante e após exercício é aconselhável o consumo entre 5-30g de hidratos de carbono no caso de exercício extremamente exaustivo ou alta intensidade. No entanto, é necessário ter atenção quanto à quantidade de insulina tomada, hora da toma, o tipo de insulina e a intensidade e duração do exercício, fatores estes que devem ser considerados pelo médico e professor/treinador pessoal. Os indivíduos com maior risco de crise hipoglicémica, devem-se acompanhar de um kit de emergência de glucagon para uso em casos extremos.

Boas leituras! Bons treinos!

Tiago Granja

autor: Luisa Silva

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