Vitamina D e o Exercício Físico
A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel obtida através da luz solar e de fontes alimentares. Está disponível em duas formas: a vitamina D2 e a vitamina D3. A primeira só pode ser obtida através da alimentação e é denominada ergosterol. Já a vitamina D3 pode ser obtida tanto na alimentação como pela exposição solar.
Na alimentação, a vitamina D pode ser encontrada em alimentos de origem animal como óleo de fígado de bacalhau, peixes gordos (salmão, sardinha, cavala e atum), gema de ovo e cogumelos shitake. Esta vitamina é única entre as vitaminas, pois funciona como uma hormona e pode ser sintetizada na pele a partir da exposição à luz solar. Além dos seus efeitos no metabolismo fosfocálcico, evidências recentes correlacionam níveis insuficientes de vitamina D com um maior risco de desenvolvimento de outras patologias não ósseas. O nível sérico de 25-hidroxivitamina D, é o melhor indicador do conteúdo corporal de vitamina D ao refletir a vitamina obtida a partir da ingestão alimentar e da exposição à luz solar, bem como a conversão de vitamina D a partir dos depósitos adiposos no fígado.
O corpo humano possui a capacidade de produzir vitamina D a partir da ação dos raios ultravioleta sob a pele. Após poucos minutos de exposição solar, a pele produz quantidades que excedem facilmente as fontes alimentares. A carência desta vitamina é bastante comum e prejudicial uma vez que tem importante papel no fortalecimento do sistema imunológico, ósseo e estado de humor. Para além da sua importância na população em geral, a vitamina D desempenha um papel importante no contexto desportivo.
Os níveis séricos de 25(OH)D parecem estar relacionados a diversos aspetos que afetam o desempenho físico e a composição corporal em atletas e não-atletas de todas as idades. Recentemente tem vindo a ser colocada a hipótese de uma necessidade acrescida nos atletas por forma a suprir carências e otimizar o rendimento desportivo. As carências de vitamina D parecem ter consequências assinaláveis no desempenho desportivo. Não apenas pelo facto de os atletas possuírem, de forma geral, necessidades nutricionais acrescidas, mas também porque a carência de vitamina D exerce um efeito negativo na saúde músculo-esquelética, comprometendo o desempenho físico e a qualidade de vida. Esta vitamina contribui para a manutenção das células músculo-esqueléticas, sendo que a sua carência parece agravar o desgaste muscular, provocando sarcopenia. Esta patologia aumenta a probabilidade da ocorrência de lesões musculares, devido à consequente redução da quantidade e qualidade das fibras musculares. Além disso estes fenómenos ocorrem nas fibras tipo II, que são responsáveis pelos movimentos rápidos e de tipo explosivo.
Estudos recentes em atletas verificaram que aqueles que tinham adequados níveis de vitamina D obtiveram aumento da capacidade aeróbica, aumento muscular, aumento na produção de força e da velocidade de recuperação pós-exercício.
No aspeto de recuperação muscular, verificou-se uma melhor resposta anti-inflamatória ao dano muscular em desportistas com o consumo adequado dessa vitamina. Foi estudado a relação da ocorrência de doenças de trato respiratório superior e vitamina D em atletas. Essa relação é menor em atletas com níveis ótimos de vitamina D.
Em suma, dada a importância da vitamina D, qualquer que seja o atleta ou pessoa, deve ter em consideração o seu consumo como forma de assegurar o funcionamento correto dos músculos, nervos, coagulação do sangue, crescimento celular e utilização de energia. A falta dessa vitamina pode revelar- se num declínio de desempenho tanto a nível desportivo como vital pois o nosso organismo está comprometido à sua presença. É imprescindível a prescrição de um plano alimentar personalizado, preparado por um nutricionista, que atenda todas as suas necessidades nutricionais diárias, para otimizar o seu desempenho físico e desportivo.
Bons treinos!
Catarina Pinhal