O Colesterol e a Atividade Física
A palavra “colesterol” é um sinal de alerta, na grande maioria na população idosa. Colesterol bom, mau, alto e baixo. São termos que já ouvimos falar, mas … do que falamos em concreto? O colesterol afinal é bom ou prejudicial para a nossa saúde?
Na verdade, o colesterol é prejudicial quando os níveis se encontram elevados no organismo, pois em percentagens ditas “normais” o colesterol é uma substância essencial e benéfica para o seu correto funcionamento. Este produz: vitamina D (aumenta a absorção intestinal de cálcio e intervém na regulação do humor), ácidos biliares (auxiliam na digestão) e diversas hormonas, como as hormonas sexuais e o cortisol.
Mas então, quando é que o colesterol começa a ser problemático para a nossa saúde?
O problema começa quando os níveis de colesterol – tanto total como LDL – se encontram elevados.
As LDL são substâncias transportadoras de uma grande quantidade de colesterol do fígado – onde é produzido – para os tecidos (dos músculos e dos órgãos) para que este possa ser utilizado. Se estiverem em excesso, podem acumular-se nas paredes dos vasos sanguíneos e começar a desenvolver um processo inflamatório. São por isso normalmente chamadas de “mau colesterol”.
As HDL, por sua vez, são substâncias transportadoras de uma pequena quantidade de colesterol dos tecidos e dos vasos novamente para o fígado – desta vez para ser eliminado. Funcionam como “agentes de limpeza” do organismo no que toca ao colesterol e são comummente chamadas de “bom colesterol”. Ambas são necessárias, mas em quantidades adequadas.
O colesterol elevado associa-se a inúmeros problemas cardiovasculares tais como: a hipertensão, insuficiência cardíaca, angina de peito, enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, uma vez que o processo inflamatório tende a agravar-se e a perturbar o normal funcionamento do sistema circulatório.
Estima-se que dois terços da população adulta portuguesa têm o colesterol elevado. Para evitar eventos cardiovasculares, é necessário prevenir esta situação. Se, por um lado, existem fatores de risco incontornáveis, como a hereditariedade e o aumento da idade, existem outros associados a estilo de vida e que dependem do controlo individual, como hábitos tabágicos, sedentarismo e má alimentação (ingestão de calorias superior ao que se desgasta) e excesso de bebidas alcoólicas.
Colesterol e atividade física a relação
Exercícios físicos protegem o coração, contribuem para o aumento da massa muscular e em contrapartida a diminuição de gordura. Ajudam na regulação dos níveis de colesterol, diminuindo os níveis de LDL – o colesterol “mau” – e aumentando o HDL – o colesterol “bom”.
Isso acontece porque a atividade física aumenta a produção de enzimas e uma delas, a lipoproteína lipase, que destrói os triglicerídeos e, devido ao aumento da circulação e ao aumento do fluxo de sangue, impede que as gorduras se acumulem nas paredes das artérias.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é recomendada a prática de cerca de 30 minutos de atividade física, no maior número de dias por semana, com um dia para o descanso. No entanto, é aconselhado o acompanhamento de um especialista na área das Ciências do Desporto, para que a prescrição de exercício seja a mais correta. De maneira a que seja possível orientar o individuo quanto à intensidade dos exercícios.
É necessário alertar que um individuo sedentário que nunca praticou qualquer tipo de atividade física, deve começar por algo com menor intensidade e gradualmente aumentar para exercícios com maior intensidade e nível de dificuldade, sempre acompanhado por um profissional.
A maior dificuldade está em começar. Muda já hoje os teus hábitos. Investe em ti. Investe na tua saúde!
Catarina Pinhal